Psicologia cisgênera: notas sobre uma patologização cordial

Autores

  • Sofia Favero Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Marine Marini Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Psicologia, Cisgeneridade, Transfeminismo, Clínica, Epistemologia.

Resumo

Pretendemos analisar como tentativas de reposicionar a psicologia nem sempre foram acolhidas sem disputas intensas. Ao mover pressupostos dos transfeminismos para a saúde mental, observamos uma colisão com o que permanece sendo entendido por ciência, indicando resistências a perspectivas que não cumpram com exigências ditas mensuráveis, como se, acerca de gênero e sexualidade, as discussões precisassem ser apenas nesses termos. Assim, propomos outras leituras ao paradigma da diversidade na saúde mental, reconhecendo que, quando essa “diversidade” se refere somente a homossexualidades e transexualidades, fixa-se a norma como uma ordem invisível. Contrariamente, desejamos emergir investigações capazes de reconhecer essa “invisibilidade” enquanto eixo passível de nomeação, ou seja, conforme uma psicologia também adjetivada. Espera-se que tais considerações teórico-políticas nos levem a repensar quais epistemologias nos guiaram até aqui e quais podem surgir em nossos projetos éticos, caso abandonemos a nostalgia que impede a psicologia de se comprometer com diálogos com as margens.

Biografia do Autor

Sofia Favero, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Psicologia Social e Institucional (UFRGS) e integrante da Associação e Movimento Sergipano de Transexuais e Travestis (AMOSERTRANS).

Marine Marini, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduanda em Psicologia (UFRGS).

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Publicado

2024-07-10

Edição

Seção

Artigos