O PAPEL PROTETOR DA MENTALIZAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS TRAUMÁTICAS: IMPLICAÇÕES QUANDO DA ENTRADA NA PARENTALIDADE
Palavras-chave:
, mentalização, trauma, parentalidade, psicopatologia, funcionamento reflexivoResumo
Já é amplamente reconhecido que as experiências de abuso e de trauma na infância, particularmente as que se passam em um contexto de apego sem segurança, prejudicam o desenvolvimento do sentimento fundamental de segurança em relação ao outro, deixando, desse modo, as vítimas com um sentimento de solidão e com afetos e dores que não podem ser partilhados e associados ao trauma. Por sua vez, quando essas crianças crescem e tornam-se pais, permanecem extremamente vulneráveis à desorganização e à confusão quando confrontados ao desamparo de seus filhos. Isso os torna ainda mais passíveis de reagir de modo impróprio, considerando a ativação dos efeitos ligados ao trauma não resolvido. Entretanto, tal como demonstrado por Fraiberg, os pais aptos para fazer face às experiências traumáticas e aos chamados "fantasmas do passado" têm menor risco de transmitir o trauma a seus filhos. Isso sugere que a mentalização é um fator importante de resiliência.Publicado
2015-11-22
Edição
Seção
DOSSIÊ