O que (não) é feminicídio

narrativas de profissionais sobre assassinatos de mulheres

Autores

Resumo

Diante do assassinato de uma mulher, quais fatores serão considerados para que esta morte seja enquadrada como feminicídio? Este artigo busca analisar, a partir de entrevistas com profissionais de instâncias do sistema de justiça criminal, a centralidade do cenário doméstico no entendimento do feminicídio. As narrativas dos profissionais indicam uma oposição entre mortes de mulheres no contexto íntimo/doméstico, enquadradas como feminicídio, e no contexto do tráfico, encaminhadas sem essa qualificadora, invisibilizando desigualdades de gênero presentes. Assim, problematizamos que políticas de combate à violência contra mulheres desvinculadas do debate para mudanças de políticas de segurança que têm vitimado a população negra vulnerabiliza a vida de mulheres negras e pobres, impedindo o acesso à mecanismos protetivos. Essa reflexão busca caminhos para pensar políticas para mulheres de maneira ampliada e articulada com as desigualdades raciais e de classe.

Biografia do Autor

Júlia Somberg Alves, Universidade Federal de Minas Gerais

Bacharel em Direito pela UFMG. Graduanda em Psicologia pela UFMG. Bolsista de Iniciação Científica.

Lisandra Espíndula Moreira, Universidade Federal de Minas Gerais

Docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e professora do Departamento de Psicologia na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. Doutora pela UFSC, Mestre em Psicologia Social e Institucional e Psicóloga pela UFRGS.

Downloads

Publicado

2023-10-18 — Atualizado em 2023-11-08

Versões