O fatalismo no cotidiano da pobreza: do individualismo forjado ao horizonte coletivo

Autores

  • Mariana de Almeida Pinto Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Fernando Santana de Paiva Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

DOI:

https://doi.org/10.22491/1678-4669.20210018

Palavras-chave:

Fatalismo, Ideologia, Pobreza, Realidade brasileira

Resumo

O presente trabalho objetiva analisar como o fatalismo se manifesta no cotidiano de sujeitos que vivenciam a condição de pobreza. Foram realizadas 10 entrevistas semiestruturadas com sujeitos atendidos em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município X. Apoiando-se, sobretudo, nas elaborações de Ignacio Martín-Baró, refletimos sobre o modo como a predominante resignação fatalista se forja por meio das estruturas desiguais e das ideologias estabelecidas e aprofundadas no cotidiano da pobreza. Os processos de naturalização da realidade social reforçados pelo imediatismo e precariedade da vida cotidiana sufocam os sentimentos de revolta, indignação e coletividade que insurgem, sendo estes, no geral, canalizados pela lógica meritocrática, individualista e religiosa. Torna-se, assim, importante a adoção de uma perspectiva histórica e dialética para compreendermos as possibilidades de ruptura com o fatalismo no âmbito da sociedade brasileira, de modo a superar as mazelas subjetivas e materiais produzidas na e pela ordem social vigente.

Biografia do Autor

Mariana de Almeida Pinto, Universidade Federal de Juiz de Fora

Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Doutoranda em Psicologia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Fernando Santana de Paiva, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Doutor em Psicologia (Psicologia Social) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor de graduação e pós-graduação do Departamento de Psicologia da UFJF.

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Publicado

2021-07-01

Como Citar

Pinto, M. de A., & Paiva, F. S. de. (2021). O fatalismo no cotidiano da pobreza: do individualismo forjado ao horizonte coletivo. Estudos De Psicologia (Natal), 26(2), 185–196. https://doi.org/10.22491/1678-4669.20210018

Edição

Seção

Temas em políticas sociais: assistência social e sistema de garantia de direitos