Triagem de Indicadores de Altas Habilidades/Superdotação: estrutura fatorial

Autores

Palavras-chave:

Validade do Teste, Testes Psicológicos, Superdotado

Resumo

A relevância da avaliação das altas habilidades /superdotação (AH/S) pode ser compreendida dentro de uma proposta que busca a valorização dos pontos fortes, aptidões e talentos dos indivíduos, a prevenção de problemas sociais e emocionais decorrentes da ausência de identificação. Nesse sentido, pode-se afirmar sua proximidade com os pressupostos da Psicologia Positiva. Perante a lacuna de instrumentos específicos para avaliação desse fenômeno, a construção de uma escala de triagem de indicadores de AH/S foi iniciada. Dentre os estudos para investigação de suas qualidades psicométricas, o presente estudo apresenta os resultados da análise fatorial confirmatória. As respostas de 216 avaliações, feitas pelos professores de estudantes do 2º ao 9º ano do ensino fundamental, foram analisadas. Índices de ajuste adequados foram encontrados, confirmando um modelo teórico multidimensional, que abrange, na escala, cinco domínios em que a AH/S pode se manifestar: capacidade intelectual geral, habilidades acadêmicas específicas, liderança, criatividade e talento artístico. 

Biografia do Autor

Tatiana de Cássia Nakano, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Docente do curso de pós-graduação stricto sensu em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Karina da Silva Oliveira, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Pós doutoranda em Psicologia na Universidade São Francisco, doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

Referências

Almeida, L.S., Araújo, A.M., Sainz-Gómez, M., & Prieto, M.D. (2016). Challenges in the identification of giftedness: issues related to psychological assessment. Anales de Psicologia, 32(3), 621-627.

Almeida, L.S., Fleith, D.S., & Oliveira, E.P. (2013). Sobredotação: respostas educativas. Braga: Adipsiceduc.

Ambiel, R.A.M. & Carvalho. L.F. (2017). Validade e precisão de instrumentos de avaliação Psicológica. In M.R.C. Lins & J.C. Borsa (Orgs.), Avaliação Psicológica: aspectos teóricos e práticos (pp. 115-125). Petrópolis, RJ: Vozes.

Barbosa, A. J. G., Schelini, P. W., & Almeida, L. C. (2012). Medidas de dotação e talento: Produção científica em Psicologia (2006-2011). In E. Boruchovitch, A. A. A. Santos & E. Nascimento (Eds.), Avaliação psicológica nos contextos educativo e psicossocial (pp. 33- 52). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Brasil (2010). Políticas Públicas para Alta Habilidade/ Superdotação. Disponível em: www.senado.gov.br/web/comissoes/CE/AP/AP20080626_superdotados_Cl%C3%A1udiaGriboski.pdf. Acesso em: 22 fev. 2010.

Chagas-Ferreira, J.F. (2014). As características socioemocionais do individuo talentoso e a importância do desenvolvimento de habilidades sociais. In A.M.R. Virgolim (Org.), Altas habilidades/superdotação, inteligência e criatividade: uma visão multidisciplinar (pp. 283-308). Campinas: Papirus.

Chagas-Ferreira, J.F. & Sousa, R.A.R. (2018). O desenvolvimento socioemocional de superdotados: descrevendo singularidades e identificando possibilidades de atendimento. In F.H.R. Piske, T. Stoltz, C. Costa-Lobo, A. Rocha, & Vásquez-Justo, E. (Orgs.), Educação de superdotados e talentosos: emoção e criatividade (pp. 127-138). Curitiba: Juruá.

Cleveland, L.M. (2017). Examining the relationship between Gifted Behavior Rating Scores and student academic performance. Dissertation. Concordia University, Portland. Disponível em https://commons.cu-portland.edu/cgi/viewcontent.cgi?referer=https://www.google.com/&httpsredir=1&article=1030&context=edudissertations.

Cohen, L. M., Ambrose, D., & Powell, W. N. (2000). Conceptual foundations and theoretical lenses for the diversity of giftedness and talent. In K. A. Heller, F.J. Mönks, R. Subotnik, & R. J. Sternberg (Eds.), International handbook of research and development of giftedness and talent (pp.331-344). Oxford, England: Pergamon.

Costa, M.P. & Lubart, T.I. (2016). Gifted and talented children: heterogeneity and individual differences. Anales de Psicologia, 32(3), 662-671. doi: 10.6018/analesps.32.3.259421.

Feldman, D. H. (2000). The development of creativity. In R.J. Sternberg (Ed.), Handbook of creativity (pp. 169-189). Cambridge: Cambridge University Press.

Fleith, D.S. (2007). Altas habilidades e desenvolvimento socioemocional. In D.S. Fleith & E.M.L.S. Alencar (Orgs.), Desenvolvimento de talentos e altas habilidades: orientação a pais e professores (pp.41-50). Porto Alegre: Artmed.

Freitas, M.F.R.L., Schelini, P.W., & Pérez, R. (2017). Escala de Identificação de Dotação e Talento: estrutura e consistência internas. Psico-USF, 22(3), 473-484. doi: 10.1590/1413-82712017220308.

Gagné, F. (2005). From gifted to talents: the DMGT as a developmental model. In R. J. Sternberg & J. E. Davidson (Eds.), Conceptions of Giftdeness. 2 ed. (pp. 98-120). New York: Cambridge University Press.

Gallagher, J. J. (2008). Psychology, psychologist, and gifted students. In S. Pfeiffer (Org.). Handbook of giftedness in children: Psycho-educational theory, research and best practices (pp. 1-11). New York: Springer.

Gilliam, J.E. Carpenter, B.O., &Christensen, J.R.(1996).Gifted and Talented Evaluation Scales. Austin, TX: PRO-ED.

Gray, R.G. (2007). Reliability and validity of the UNIT – Gifted Screening Scale. University of Tennessee. Tese de Doutorado. Disponível em https://trace.tennessee.edu/cgi/viewcontent.cgi?referer=https://www.google.com/&httpsredir=1&article=5923&context=utk_graddiss.

Guenther, Z. (2006). Capacidade e talento: um programa para a escola. São Paulo: EPU.

Guimarães, T.G. (2007). Avaliação Psicológica de alunos com altas habilidades. In D.S. Fleith & E.M.L.S. Alencar (Orgs.), Desenvolvimento de talentos e alta habilidades – orientação a pais e professores (pp. 79-86). Porto Alegre: Artmed.

Heller, K. A. (2004). Identification of Gifted and Talented Students. Psychology Science, 46 (3), 302-323. Disponível em https://psycnet.apa.org/record/2005-05211-002.

Irueste, P., Saco, A., & Nicolás, F. (2018). Dificultades socioemocionais reportadas por los padres y madres de ninos y ninas dotados y talentosos, consultantes del Servicio de Neuropsicologia, Área Infantil, em Córdoba, Argentina. In F.H.R. Piske, T. Stoltz, C. Costa-Lobo, A. Rocha, & Vásquez-Justo, E. (Orgs.), Educação de superdotados e talentosos: emoção e criatividade (pp. 75-88). Curitiba: Juruá.

Kaufman, J.C., Plucker, J.A., & Russell, C.M. (2012). Identifying and assessing creatviity as a componente of giftedness. Journal of Psychoeducational Assessment, 30(1), 60-73. doi: 10.1177/0734282911428196.

Kerr, B., & Sodano, S. (2003) Career assessment with intellectually gifted students. Journal of Career Assessment, 11, 168-186. doi: 10.1177/1069072703011002004.

Lara, D. & Alexis, S. (2014). ¿Matrices policóricas/tetracóricas o matrices Pearson? Un estudio metodológico. Revista Argentina de Ciencias del Comportamiento, 6(1), 39-48. doi: 10.30882/1852.4206.v6.n1.6357.

Li, H., Lee, D., Pfeiffer, S., Kamata, A., & Rosado, J. (2009). Measurement Invariance for the Gifted Rating Scales-School Form across five cultural groups. School Psychology Quaterly, 24(3), 186-198. doi:10.1037/a0017382.

Li, H., Lee, D., Pfeiffer, S. I., & Petscher, Y. (2008). Parent Ratings Using the Chinese Version of the Parent Gifted Rating Scales School Form Reliability and Validity for Chinese Students. Educational and Psychological Measurement, 68, 659-675. doi: 10.1177/0013164407313365.

Margulies, A. S., & Floyd, R. G. (2004). Book review: Gifted Rating Scales (GRS). Journal of Psychoeducational Assessment, 22, 275-282. doi: 10.1177/073428290402200306.

Martins, B.A., Pedro, K.M., Ogeda, C.M.M., Silva, R.C., Koga, F.O., & Chacon, M.C.M. (2016). Altas habilidades/superdotação: estudos no Brasil. Journal of Research in Special Educational Needs, 16(1), 135-139. doi: 10.1111/1471-3802.12275.

McCarney, S. B., & Anderson, P. D. (1998). The Gifted Evaluation Scale (2nd ed.): Technical manual. Columbia, MO: Hawthorne Educational Services.

Miller, E. M. & Cohen, L. M. (2012). Engendering talent in others: expanding domains of giftedness and creativity. Roeper Review, 34, 104-113. doi: 10.1080/02783193.2012.660684.

Muthén, L.K., & Muthén, B.O. (2012). Mplus User’s Guide. Seventh Edition. Los Angeles, CA: Muthén & Muthén.

Nakano, T.C., Campos, C.R., & Santos, M.V. (2016). Escala de avaliação das altas habilidades/superdotação – versão professor: validade de conteúdo. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, 7(1), 103-123.

Nakano, T.C., Gozzoli, M.Z., Alves, R.J.R., & Campos, C.R. (2016). Investigación de la eficácia de uma escala de evaluación de altas habilidades – versión professor. Revista de Estudios y Experiencias em Educacion, 15(29), 83-94. doi: 10.21703/rexe.20162983945.

Negrini, T., & Freitas, S.N. (2008). A identificação e a inclusão de alunos com características de altas habilidades/superdotação: discussões pertinentes. Revista Educação Especial, 32, 273-284. Disponivel em https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/103.

Pérez, E., Heredia, D., Furlán, L., Zalazar, P., Lescano, C., Pfeiffer, S., & Rosado, J. (2012). Propiedades psicométricas de la Escala de Clasificación del Talento (Gifted Rating Scales – forma escolar) en una muestra argentina. Perspectivas en Psicología, 9(3), 134-141. Disponível em https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5113950.

Petscher, Y., & Li, H. (2008). Measurement Invariance of the Chinese Gifted Rating Scales: Teacher and parent forms. Journal of Psychoeducational Assessment, 26, 274-286. doi: 10.1177/0734282907303873.

Pfeiffer, S.I. (2018). Understanding success and psychological well-being of gifted kids and adolescents: focusing on strengths of the heart. Estudos de Psicologia (Campinas), 35(3), 259-263. doi: 10.1590/1982-02752018000300004.

Pfeiffer, S., & Blei, S. (2008). Gifted identification beyond the IQ test: rating scales and other assessment procedures. In S. Pfeiffer (Org.), Handbook of giftedness in children: Psycho- educational theory, research and best practices (pp. 177-198). New York: Springer.

Pfeiffer, S. & Jarosewich, T. (2003). Gifted Rating Scales – Manual. San Antonio/TX: Pearson.

Pilati, R., & Laros, J. A. (2007). Modelos de equações estruturais em psicologia: conceitos e aplicações. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 23 (2), 205 – 216. doi: 10.1590/S0102-37722007000200011.

Piske, F.H.R. (2017). Avanços cognitivos e socioafetivos de uma criança superdotada: um estudo de caso. In F.H.R. Piske, C.L.B. Vestena, T. Stoltz, J.M. Machado, A.A.O.M. Barby, S. Bahia, & S.P. Freitas (Orgs.), Processos afetivos e cognitivos de superdotados e talentosos (pp.137-164). Curitiba: Editora Prismas.

Pocinho, M. (2009). Superdotação: conceitos e modelos de diagnóstico e intervenção psicoeducativa. Revista Brasileira de Educação Especial, 15(1), 3-14. doi: 10.1590/S1413-65382009000100002.

Prado, R.M. & Fleith, D.S. (2017). O papel do aconselhamento psicológico no desenvolvimento afetivo do aluno superdotado. In F.H.R. Piske et al. (Orgs), Processos afetivos e cognitivos de superdotados e talentosos (pp.209-224). Curitiba: Prisma.

Primi, R. (2011). Responsabilidade ética no uso de padrões de qualidade profissional na avaliação psicológica. In Conselho Federal de Psicologia (Org.), Ano da Avaliação Psicológica – Textos Geradores (pp. 53 – 58). Brasília, DF: Conselho Federal de Psicologia.

R Development Core Team (2014) R: A Language and Environment for Statistical Computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. R Foundation for Statistical Computing, Vienna.

Renzulli, J. S. (2004) O que é esta coisa chamada superdotação e como a desenvolvemos? Retrospectiva de vinte e cinco anos. Revista Educação, 27 (1), 75-134. Disponível em https://www.marilia.unesp.br/Home/Extensao/papah/o-que-e-esta-coisa-chamada-superdotacao.pdf.

Renzulli, J. S., Siegle, D., Reis, S. M., Gavin, M. K., & Reed, R. E. S. (2009). An investigation of the reliability and factor structure of four new scales for rating the behavioral characteristics of superior students. Journal of Advanced Academics, 21(1), 84-108. Disponível em https://files.eric.ed.gov/fulltext/EJ880576.pdf.

Rosado, J., Pfeiffer, S. & Petscher, Y. (2008). The reliability and validity of an Spanish translated version of the Gifted Rating Scales. Gifted and Talented International, 23(1), 105-114. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4574492/.

Rosseel, Y. (2014). The lavaan tutorial. Department of Data Analysis: Ghent University.

Ryser, G. R., & McConnell, K. (2004). Scales for Identifying Gifted Students: Ages 5 through 18. Waco, TX: Prufrock Press.

Sabatella, M.L.P. (2008). Talento e superdotação: problema ou solução? Curitiba: Ibpex.

Sahin, F. (2013). The scale for rating the behavioral characteristics of gifted and talented students: study of factor structure, reliability and validity. Journal of Educational Sciences, 38, 119-132. doi: 10.15285/EBD.2013385570.

Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2010). e scientific study of happiness and health promotion: An integrative literature review. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 18(3), 472-479. doi: 10.1590/ S0104-11692010000300025.

Valadez, M.D. (2010). Estados emocionales em ninos y ninas com alta dotación. In K. Morales Chacon (Org.), Alta dotación y talentos en la ninez: aspectos básicos (pp.37-52). San José: C.R. Litografia e Imprenta.

Virgolim, A. M. (1997). O indivíduo superdotado: história, concepção e identificação. Psicologia: teoria e pesquisa, 13(1), 173-83.

Publicado

2019-10-30

Como Citar

Nakano, T. de C., & da Silva Oliveira, K. (2019). Triagem de Indicadores de Altas Habilidades/Superdotação: estrutura fatorial. Avaliação Psicológica, 18(4). Recuperado de https://submission-pepsic.scielo.br/index.php/avp/article/view/18478

Edição

Seção

Relato de Pesquisa

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.