Raça, Racismo e Clínica Fenomenológico-Existencial

Elementos Para a Decolonização da Atenção Clínica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26823/nufen.v13i3.22532

Palavras-chave:

Atenção, Psicologia fenomenológica, Racismo, Relações étnicas e raciais, Psicologia intercultural

Resumo

Procura-se apresentar as contribuições da fenomenologia da raça e do racismo para a decolonização da atenção clínica em sua interface com a clínica multicultural e com a educação de jovens terapeutas. Norteando-se por uma fenomenologia crítica, a primeira seção procura demonstrar como uma fenomenologia crítica pode fornecer recursos para a análise dos fenômenos da raça e do racismo. A segunda seção, por sua vez, analisa o confronto entre psicoterapia multicultural e pensamento fenomenológico-existencial, procurando dele retirar as principais consequências para a decolonização da atenção clínica. A terceira seção, por fim, propõe uma forma de conduzir estrategicamente a decolonização da atenção para terapeutas em formação por meio de uma reflexão formativa.

Biografia do Autor

Hernani Pereira dos Santos, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Câmpus Londrina

Professor assistente nível-2 na Pontifícia Universidade Católia do Paraná.

 

Referências

Ahmed, S. (2007). A phenomenology of whiteness. Feminist Theory, 8(2): 149-168. https://doi.org/10.1177%2F1464700107078139

Alcoff, L. M. (2005). Visible identities, race, gender, and the self. Oxford: Oxford University press.

Almeida, S. (2018). O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento.

Al-Saji, A. (2014). A phenomenology of hesitation: interrupting racializing habits of seeing. In: E. S. Lee (ed.). Living alterities: phenomenology, embodiment, and race. Albany: Suny Press. Pp. 133-172.

Brencio, F. (2013). From diagnosis to therapeutic empathy: a journey into recognition. Philosophy, Psychiatry, & Psychology, 28(1): 11-13. Retrieved from https://doi.org/10.1353/ppp.2021.0001

Carter, R. T. (2007) Racism and Psychological and Emotional Injury: Recognizing and Assessing Race-Based Traumatic Stress. The Counseling Psychologis, 35(1):13-105. doi:10.1177/0011000006292033

Csordas, T. (2008). Corpo/significado/cura. Porto Alegre: Editora UFRGS.

Depraz, N., Varela, F. J., & Vermersch, P. (2006). A redução à prova da experiência. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 58(1), 75-86. Recuperado em 30 de março de 2021, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672006000100008&lng=pt&tlng=pt.

DeRoo, N. (2013). Phenomenological Insights into Oppression: Passive Synthesis and Personal Responsibility. Janus Head, 13 (1): 81. Recuperado em 15 de março de 2021, de https://digitalcollections.dordt.edu/faculty_work/16

Fanon, F. (2008). Pele negra, máscaras brancas. Trad. Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA.

Goettlich, A. (2011). Power and powerlessness: Alfred Schutz’s theory of relevance and its possible impact on a sociological analysis of power. Civitas, 11(3): 491-508.

Gouveia Damasceno, M., & Zanello, V. (2019). Psicoterapia, raça e racismo no contexto brasileiro: experiências e percepções de mulheres negras. Psicologia Em Estudo, 24. https://doi.org/10.4025/psicolestud.v24i0.42738

Gurwitsch, A. (2010). The Field of Consciousness. In: Embree, L., & Zaner, R. M. (Eds.). The Collected Works of Aron Gurwitsch (1901-1973). Volume III. The Field of Consciousness: Theme, Thematic Field, and Marginal Consciousness. Dordrecht; Heidelberg; London; New York: Springer.

Harrell, S. P. (2000). A multidimensional conceptualization of racism-related stress: implications for the well-being of people of color, American Journal of Orthopsychiatry, 70(1). https://doi.org/10.1037/h0087722

Heinämaa, S, & Jardine, J. (2021). Objectification, inferiorization, and projection in phenomenological research on dehumanization. In M. Kronfeldner (Ed.). The Routledge Handbook of Dehumanization (pp. 309-325). New York: Routledge.

Husserl E. (1966). Analysen zur passiven Synthesis: aus Vorlesungs- und Forschungsmanuskripten 1918-1926. Husserliana (GW), Bd. XI (Hrsg. Margot Fleischer). Den Haag: Martinus Nijhoff.

Ivey, A. E. (1987). The multicultural practice of therapy: Ethics, empathy, and dialectics. Journal of Social and Clinical Psychology, 5(2), 195–204. https://doi.org/10.1521/jscp.1987.5.2.195

Marratto, S. (2021). Identity as institution: power, agency, and the self, Phenomenology and the Cognitive Sciences, 20: 387-405, 2021. https://doi.org/10.1007/s11097-020-09707-w

Martins, E., Santos, A. O., & Colosso, Ma. (2013). Relações étnico-raciais e psicologia: publicações em periódicos da SciELO e Lilacs. Psicologia: teoria e prática, 15(3), 118-133. Recuperado em 15 de fevereiro de 2021, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000300009&lng=pt&tlng=pt.

Mazzocco, P. J. (2017). The Psychology of Racial Colorblindness. New York: Palgrave Macmillan. DOI 10.1057/978-1-137-59302-3

Merleau-Ponty, M. (2006). Fenomenologia da percepção. Trad. Carlos Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

Moodley, R. (2007). (Re)placing multiculturalism in counselling and psychotherapy, British Journal of Guidance & Counselling, 35(1). https://doi.org/10.1080/03069880601106740

Moodley, R., Shipton, G., & Falken, G. (2010). The right to be desperate and Hurt and Anger in the presence of Carl Rogers: a racial/psychological identity approach, Counselling Psychology Quarterly, 13(4): 353-364. http://dx.doi.org/10.1080/713658498

Ngo, H. (2017). The habits of racism: a phenomenology of racism and racialized embodiment. Lanham: Lexington.

Pedersen, P. B. (1999). Multiculturalism as a fourth force. Philadelphia: Taylor & Francis.

Pope-Davis, D. B., Liu, W. M., Toporek, R. L., & Brittan-Powell, C. S. (2001). What's missing from multicultural competency research: Review, introspection, and recommendations. Cultural Diversity and Ethnic Minority Psychology, 7(2), 121–138. https://doi.org/10.1037/1099-9809.7.2.121

Sacco, A. M., Couto, M. C. P. P., & Koller, S. H. (2016). Revisão sistemática de estudos da psicologia brasileira sobre preconceito racial. Temas em Psicologia, 24(1), 233-250. https://dx.doi.org/10.9788/TP2016.1-16

Santos, G. A. O. (2017). Psicologia fenomenológico-existencial e pensamento decolonial: um diálogo necessário. Revista do NUFEN, 9(3): 93-109. https://dx.doi.org/10.26823/RevistadoNUFEN.vol09.n03artigo16

Santos, G. A. O. (2015). Terapia fenomenológico-existencial nas comunidades populares: por uma terapêutica hilética e brasileiramente situada. Curitiba: Editora CRV.

Santos, A. O., & Schucman, L. V. (2015). Desigualdade, relações raciais e a formação de psicólogo(as). Revista EPOS, 6(2), 117-140. Recuperado em 02 de abril de 2021, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2015000200007&lng=pt&tlng=pt.

Santos, A. O., Schucman, L. V., & Martins, H. V. (2012). Breve histórico do pensamento psicológico brasileiro sobre relações étnico-raciais. Psicologia: Ciência e Profissão, 32(spe), 166-175. https://doi.org/10.1590/S1414-98932012000500012

Sartre, J.-P. (1994). L’être et le néant: Essai d’ontologie phénoménologique. Paris: Gallimard.

Schütz, A. (2011). Reflections on the Problem of Relevance. In: Embree, L (Ed.). Alfred Schütz, Collected Papers V: Phenomenology and the Social Sciences. (pp. 93-200).Dordrecht; Heidelberg; London; New York: Springer.

Straus, E. W. (1969). Psychiatry and Philosophy. In: Natanson, M. (Ed.). Psychiatry and Philosophy. New York: Springer Verlag.

Sue, D. W., Arredondo, P., & McDavis, R. J. (1992). Multicultural counseling competencies and standards: a call to the profession. Journal of Counseling and Development, 70, 477-486. Recuperado em 05 de fevereiro de 2021, de https://psycnet.apa.org/doi/10.1002/j.1556-6676.1992.tb01642.x

Sue, D. W. , & Sue, D. (2003). Counseling the culturally diverse (4th ed). Hoboken, NJ: Wiley.

Sue, D. W. (2004). Multicultural counseling and therapy (MCT). In Banks, J. A., Banks, C. (Eds.), Handbook of research on multicultural education (2nd ed.): 813-827. San Francisco, CA: Jossey-Bass.

Tavares, N. O., Oliveira, L. V., & Lages, S. R. C.. (2013). A percepção dos psicólogos sobre o racismo institucional na saúde pública. Saúde em Debate, 37(99), 580-587. https://doi.org/10.1590/S0103-11042013000400005

Watts-Jones, D. (2002). Healing internalized racism: the role of a within-group sanctuary among people of African descent. Family Process, 41(4):591-601. https://doi.org/10.1111/j.1545-5300.2002.00591.x

Downloads

Publicado

2021-12-10

Como Citar

dos Santos, H. P. (2021). Raça, Racismo e Clínica Fenomenológico-Existencial: Elementos Para a Decolonização da Atenção Clínica. Revista NUFEN: Phenomenology and Interdisciplinarity, 13(3). https://doi.org/10.26823/nufen.v13i3.22532

Edição

Seção

Dossiê Temático Sofrimento, Crise e Cuidado na Universidade: intervenções clínic

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.