Vivência temporal e satisfação com a vida: um estudo de caso em psicoterapia
DOI:
https://doi.org/10.26823/rnufen.v16i01.25146Palavras-chave:
Vivência temporal, Satisfação com a vida, Método fenômeno-estruturalResumo
O objetivo deste estudo foi investigar a relação entre a vivência temporal e a satisfação com a vida. Uma paciente passou por 30 sessões de psicoterapia, compreendida pelo método fenômeno estrutural, e respondeu a escala de satisfação com a vida nas sessões 1, 15 e 30. No início das sessões, sua vivência do tempo mostrou-se acelerada. O tempo presente parecia um meio de sacrifício para o futuro, desprovido de um sentido autêntico. No final, a paciente pareceu estar mais conectada ao presente e alguns sentidos começaram a ser atribuídos ao futuro. A pontuação na escala de satisfação com a vida foi 18 (levemente insatisfeita), 24 (levemente satisfeita) e 29 (satisfeita), respectivamente. A satisfação com a vida da paciente aumentou conforme houve uma mudança na sua vivência temporal. Assim, pode-se concluir que a vivência temporal está relacionada à satisfação com vida e pode ser um importante recurso diagnóstico e terapêutico.
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