EXPERIÊNCIA DE QUASE-MORTE
Narrativas e Significados
DOI:
https://doi.org/10.26823/rnufen.v14i3.22438Palavras-chave:
EQM, Narrativa, SignificadosResumo
Muitas pessoas que estiveram clinicamente mortas relatam vivências extraordinárias ocorridas nesse breve tempo, após serem ressuscitadas. Baseado na Psicologia Narrativa, o presente estudo objetivou compreender como o/a narrador(a) significa a Experiência de Quase-Morte (EQM) ou experiência similar e como, em decorrência dela, ressignifica sua própria vida. Configurou-se como estudo de casos com uma abordagem qualitativa. Utilizou-se a técnica da entrevista semiestruturada. Os relatos dos dois participantes foram avaliados pela Escala de Experiência de Quase-Morte e analisados em termos de significados. Conclui-se que as narrativas expressam uma lógica pedagógica e uma transformação profunda da identidade individual. Os sobreviventes significam a EQM como uma oportunidade milagrosa de ampliar sua compreensão sobre a vida e de reorientá-la.
Referências
Auxéméry, Y. (2013). The “near-death experience” during comas: psychotraumatic suffering or the taming of reality? Medical Hypotheses, 81, 379-382. Recuperado em 11 de outubro de 2020, de https://doi.org/10.1016/j.mehy.2013.05.021
Bock, A. M. B., Furtado, O., & Teixeira, M. de L. T. (2018). Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia (15ª ed.). São Paulo: Saraiva.
Braghetta, C. C., Santana, G. P., Cordeiro, Q., Rigonatti, S. P., & Lucchetti, G. (2013). Impact of a near-death experience and relegious conversion on the mental health of a criminal: case report and literature review. Trends Psychiatry Psychother., 35(1), 81-84. Recupe-rado em 11 de outubro de 2020, de https://doi.org/10.1590/S2237-60892013000100010
Bruner, J. (2001). Atos de significação (S. Costa, Trad.). Porto Alegre: Artes Médicas.
Cassol, H., D’Argembeau, A., Charland-Verville, V., Laureys, S., & Martial, C. (2019). Memo-ries of near-death experiences: are they self-defining? Neuroscience of Consciousness, 5(1), 1-9. Recuperado em 15 de setembro de 2020, de https://doi.org/10.1093/nc/niz002
Facco, E., Agrillo, C., & Greyson, B. (2015). Epistemological implications of near-death expe-riences and other non-ordinary mental expressions: Moving beyond the concept of alte-red state of consciousness. Med Hypotheses, 1-9. Recuperado em 12 de novembro de 2020, de http://dx.doi.org/10.1016/j.mehy.2015.04.004
Fenwick, P. (2013). As experiências de quase morte (EQM) podem contribuir para o debate sobre a consciência? (A. Sleutjes, Trad.). Rev Psiq Clín. 40(5), 203-207. Recuperado em 5 de novembro de 2020, de https://doi.org/10.1590/S0101-60832013000500006
Fonte, C. A. (2006). A narrativa no contexto da ciência psicológica sob o aspecto do proces-so de construção de significados. Psicologia: Teoria e Prática, 8(2), 123-131. Recupera-do em 29 de dezembro de 2020, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872006000200009&lng=pt&tlng=pt.
Gouveia, V. V., Guerra, V. M., Martinez, M. del C., & Paterna, C. (2004). O individualismo e o coletivismo como explicadores do preconceito frente aos negros. In Lima, M. E. O., & Pereira, M. E. (Orgs.), Estereótipos, preconceitos e discriminação: Perspectivas teóricas e metodológicas. Salvador: EDUFBA.
Greyson, B. (2015). Western scientific approaches to near-death experiences. Humanities, 4, 775-796. Recuperado em 16 de setembro de 2020, de https://doaj.org/article/c096c2e1613048b8b7599e7e0cad590b
Haesler, N. T., & Beauregard, M. (2013). Experiências de quase morte em parada cardíaca: implicações para o conceito de mente não local (A. Stroppa, Trad.). Rev Psiq Clín. 40(5), 197-202. Recuperado em 18 de janeiro de 2021, de https://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832013000500005
Khanna, S., Moore, L. E., & Greyson, B. (2018). Full neurological recovery from escherichia coli meningitis associated with near-death experience. The Journal of Nervous and Men-tal Disease, 206(9), 744-747. Recuperado em 19 de janeiro de 2021, de https://journals.lww.com/jonmd/Abstract/2018/09000/Full_Neurological.
Martial, C., Cassol, H., Antonopoulos, G., Charlier, T., Heros, J., Donneau, A.-F., Charland-Verville, V., & Laureys, S. (2017). Temporality of features in near-death experience narra-tives. Frontiers in Human Neuroscience, 11, 1-9. Recuperado em 3 de dezembro de 2020, de https://doi.org/10.3389/fnhum.2017.00311
Martial, C., Cassol, H., Charland-Verville, V., Pallavicini, C., Sanz, C., Zamberlan, F., Vivot, R. M., Erowid, F., Erowid, E., Laureys, S., Greyson, B., & Tagliazucchi, E. (2019). Neuro-chemical models of near-death experiences: a large-scale study based on the semantic similarity of written reports. Consciousness and cognition, 69, 52-69. Recuperado em 15 de setembro de 2020, de https://doi.org/10.1016/j.concog.2019.01.011
Moody Jr., R. A. (1979). Vida depois da vida (R. Azzi, Trad.). Rio de Janeiro: Nórdica.
Moore, L. E., & Greyson, B. (2017). Characteristics of memories for near-death experiences. Consciousness and Cognition, 51, 116-124. Recuperado em 20 de outubro de 2020, de http://dx.doi.org/10.1016/j.concog.2017.03.003
Nelson, K. R. (2014). Near-death experience: arising from the borderlands of consciousness in crisis. Annals of the New York Academy of Sciences, 1330, 111-119. Recuperado em 5 de janeiro de 2021, de https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25377188
Netto, A. (2019). Cultura é o que é falado? Relatos de experiências de quase-morte como narrativas de sentido. Linguagem em (Dis)curso, 19(2), 325-338. Recuperado em 21 de setembro de 2020, de www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-76322019000200325
Ring, K. (1996). Rumo ao ponto ômega: em busca do significado da experiência de quase morte (P. Ribeiro, Trad.). Rio de Janeiro: Rocco.
Serralta, F. B., Cony, F., Cembranel, Z., Greyson, B., & Szobot, C. M. (2010). Equivalência semântica da versão em português da Escala de Experiência de Quase-Morte. Psico-USF, 15(1), 35-46. Recuperado em 20 de setembro de 2020, de www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-82712010000100005
Souza, L. K. de (2019). Pesquisa com análise qualitativa de dados: conhecendo a análise temática. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 71(2), 51-67. Recuperado em 12 de de-zembro de 2020, de https://dx.doi.org/10.36482/1809-5267.ARBP2019v71i2p.51-67