Experiência de redução de danos em um CAPS AD no Distrito Federal

Fernando Magela de Jesus; Ana Clara Alves de Araújo; Mariana Mathias Conroy Araujo; Ioneide de Oliveira Campos

doi:10.26823/rnufen.v17i1.25689

Autores

Fernando Magela de Jesus Universidade de Brasilia
Ana Clara Alves de Araújo Centro Universitário de Brasília
Mariana Mathias Conroy Araujo Universidade de Brasilia
Ione Campos Universidade de Brasilia

DOI:

https://doi.org/10.26823/rnufen.v17i1.25689

Palavras-chave:

CAPS AD; Redução de Danos; Educação em Saúde; Extensão

Resumo

Este artigo descreve a experiência de um projeto de extensão universitária, que promoveu um espaço de diálogo sobre redução de danos em um CAPS AD em Brasília (DF). A iniciativa, intitulada ‘Ampliando a redução de danos em um CAPS AD’, foi realizada pela Universidade de Brasília em parceria com o coletivo RD Bateu. Utilizando rodas de conversa, o projeto abordou conceitos de Redução de Danos e farmacologia das substâncias mais recorrentes no serviço, em quatro etapas. Como parte das ações, os trabalhadores do CAPS AD foram estimulados a relatar e discutir casos clínicos, reconhecendo a importância da discussão sobre Redução de Danos no cotidiano do serviço e na compreensão da relação entre o contexto do sujeito e dependência, da percepção de familiares e pacientes sobre a medicalização. Esse espaço de discussão auxiliou os profissionais a refletirem sobre o cuidado em saúde mental pautado na Redução de Danos e reabilitação psicossocial.

Biografia do Autor

Fernando Magela de Jesus, Universidade de Brasilia

Bacharel e licenciado em Biologia e Mestre em ciências da saúde pela Universidade de Brasília, redutor de danos do coletivo Bateu

Ana Clara Alves de Araújo, Centro Universitário de Brasília

Psicóloga pelo Centro Universitário de Brasília (CEUB) e gestalt-terapeuta pelo Instituto de Gestalt-Terapia de Brasília (IGTB). Redutora de danos pelo Coletivo Bateu.

Mariana Mathias Conroy Araujo, Universidade de Brasilia

Bacharela e Licenciada em Ciências Biológicas e mestre em microbiologia pela Universidade de Brasília. Redutora de Danos pelo Coletivo Bateu.

Ione Campos, Universidade de Brasilia

Doutora em psicologia clínica e cultura, professora do curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Brasília

Referências

Allain, F., Minogianis, E.-A., Roberts, D. C. S., & Samaha, A.-N. (2015). How fast and how often: The pharmacokinetics of drug use are decisive in addiction. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 56, 166–179. https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2015.06.012

Batista, C. B., Vasconcelos, M. P. N., Vecchia, M. D., & Queiroz, I. S. (2019). A educação permanente em redução de danos: Experiência do Curso de Atenção Psicossocial em Álcool e outras Drogas. Interface (Botucatu), 23, 1–12. https://doi.org/10.1590/Interface.180071

Bastos, F. I. P. M., Vasconcellos, M. T. L., De Boni, R. B., Reis, N. B., & Coutinho, C. F. S. (Orgs.). (2017). III Levantamento Nacional sobre o uso de drogas pela população brasileira. FIOCRUZ/ICICT.

Calassa, G. D. B., Penso, M. A., & Freitas, L. G. (2015). Redução de danos na visão dos profissionais que atuam no CAPS AD II do Distrito Federal. Psicologia & Pesquisa, 9(2), 177–187. http://dx.doi.org/10.5327/Z1982-1247201500020008

Campos, I. O., Ramalho, W. M., & Zanello, V. (2017). Saúde mental e gênero: O perfil sociodemográfico de pacientes em um centro de atenção psicossocial. Estudos de Psicologia, 22(1), 68–77. http://dx.doi.org/10.22491/1678-4669.20170008

Cordeiro, L., Godoy, A., & Soares, C. B. (2014). A supervisão como processo educativo: Construindo o paradigma de redução de danos emancipatória com uma equipe de CAPS-AD. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, 22(1SE), 153–159. https://doi.org/10.4322/cto.2014.040

Conselho Federal de Psicologia, Ministério Público Federal & Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (2018). Relatório da inspeção nacional em comunidades terapêuticas – 2017. CFP. https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2018/06/Relatorio-da-inspecao-nacional-em-comunidades-terapeuticas_web.pdf

Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN DF) – Governo do Distrito Federal. (2021). Pesquisa distrital por amostra de domicílios (PDAD). https://www.codeplan.df.gov.br/pdad-2021-3/

Dias, M. A. S., Lopes, L. O., & Marangoni, V. S. L. (2020). A política de redução de danos e a aplicabilidade do cuidado em uma unidade de saúde especializada a pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas. Braz J Health Rev, 3(2), 1943–1952. https://doi.org/10.34119/bjhrv3n2-053

Freire, S. S. A. F., & Nascimento, D. G. (2017). Caminhos do cuidado e a metodologia ativa: Parceria de longo alcance e resultados. Cadernos de Cuidado, (Supl), 61–71. https://cadernosdocuidado.observatoriodocuidado.fiocruz.br/index.php/CC/article/viewFile/39/38

Gomes-Medeiros, D., Faria, P. H., Campos, G. W. S., & Tófoli, L. F. (2019). Política de drogas e saúde coletiva: diálogos necessários. Cadernos de Saúde Pública, 35(7), e00242618. https://doi.org/10.1590/0102-311X00242618

Governo do Distrito Federal. (2020). Lei nº 6.643/2020. Estabelece diretrizes para a instituição do Programa de Redução de Danos no Distrito Federal. Diário do Distrito Federal, 138 (julho). https://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/9e37de4b6c2b420cb5dfd3a2359b2889/Lei_6643_21_07_2020.html

Harm Reduction International. (2010). What is harm reduction?. Londres: HRI. https://www.hri.global/what-is-harm-reduction

Leal, D. F., Silva, V. A. M. da, Ebling, S. B. D., Borges, L. R., & Santos, A. O. dos. (2021). A percepção dos trabalhadores de saúde mental sobre a atuação do redutor de danos. SMAD, Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool e Drogas (Edição em Português), 17(1), 66–74. https://doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2021.165211

Machado, L. V., & Boarini, M. L. (2013). Políticas sobre drogas no Brasil: A estratégia de redução de danos. Psicologia: Ciência e Profissão, 33(3), 580–595. https://doi.org/10.1590/S1414-98932013000300006

Ministério da Saúde. (2003). A política do Ministério da Saúde para atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. Brasília: MS. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_atencao_alcool_drogas.pdf

Nathan, P. E., Conrad, M., & Skinstad, A. H. (2016). History of the concept of addiction. Annual Review of Clinical Psychology, 12(1), 29–51. https://doi.org/10.1146/annurev-clinpsy-021815-093546

Nutt, D., King, L. A., Saulsbury, W., & Blakemore, C. (2007). Development of a rational scale to assess the harm of drugs of potential misuse. The Lancet, 369(9566), 1047-1053. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(07)60464-4

Oliveira, A., Gussi, M. A., Odeh, M. M., Scalzavara, F., Campos, I. de O., & Lima, M. da G. (2021). A extensão universitária e a importância de processos participativos em saúde mental. Serviço Social e Saúde, 20(00), e021008. https://doi.org/10.20396/sss.v20i00.8665231

Oliveira, J. C. de, & Bertoni, L. M. (2022). Usos de drogas: Representações sociais dos profissionais de saúde mental de um CAPS AD do Nordeste do Brasil. Revista Psicologia e Saúde, 14(2), 175–190. https://doi.org/10.20435/pssa.v14i2.1181

Oliveira, L. V., Borges, L. F., Xavier, A. R. D. O., Silva, M. D. V., Lima, P. C. P. D., & Silva, P. C. (2017). Educação em saúde na perspectiva da redução de danos: Um relato de experiência. Revista de Saúde Pública de Santa Catarina, 10(1). https://revista.saude.sc.gov.br/index.php/files/article/view/64

Passos, E. H., & Souza, T. P. (2011). Redução de danos e saúde pública: Construções alternativas à política global de "guerra às drogas". Psicologia & Sociedade, 23(1), 154–162. https://doi.org/10.1590/S0102-71822011000100017

Passos, R. G. (2018). “Holocausto ou navio negreiro?”: Inquietações para a reforma psiquiátrica brasileira. Argumentum, 10(3), 10–23. https://doi.org/10.18315/argumentum.v10i3.21483

Quintas, A. C. de M. O., & Tavares, P. S. B. (2020). Entre CAPS AD e comunidades terapêuticas: O cuidado pela perspectiva dos usuários de um CAPS AD. Saúde em Debate, 44(spe 3), 198–209. https://doi.org/10.1590/0103-11042020E317

Reis, C. A., & Ferrazza, D. de A. (2021). Redução de danos em saúde mental e a educação em saúde na atenção psicossocial. Revista Brasileira de Terapias Comportamentais, 1(1), 24–36