Maternidade: instinto ou construção social?
Uma análise fenomenológica hermenêutica
DOI:
https://doi.org/10.26823/rnufen.v17i1.25727Palavras-chave:
Fenomenologia Hermenêutica, Maternidade, Instinto MaternoResumo
Este estudo tem como objetivo apresentar de que forma é construído o discurso de naturalização do instinto materno ainda consolidado nos dias de hoje, visando a discussão de caminhos possíveis para pensar a mulher no contexto da maternidade, não com o intuito de encontrar respostas definitivas, mas como possibilidade de debate acerca da mulher e, sobretudo, da mãe para além de definições biológicas, psicológicas e de determinações sociais e econômicas. Para a investigação do fenômeno instinto materno, o caminho metodológico escolhido perpassou pela hermenêutica heideggeriana tal como apropriado por Feijoo nas pesquisas em psicologia. É necessário refletir sobre qual o lugar da mulher em nossa sociedade e questionar a naturalização do instinto materno, desvelando novas possibilidades de ser mulher para além do que fora pré-determinado como questão de gênero.
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