Uma medida de satisfação com o relacionamento amoroso

Autores

Palavras-chave:

satisfação com o relacionamento amoroso, adaptação de escala, amor

Resumo

Esta pesquisa teve o objetivo de adaptar para o contexto brasileiro uma escala mundialmente utilizada para avaliar satisfação com o relacionamento amoroso, por meio de dois estudos. No primeiro estudo, buscaram-se evidências de validade baseadas na estrutura unifatorial do instrumento e analisaram-se as propriedades dos itens de acordo com a teoria de resposta ao item. No segundo estudo, propôs-se uma versão revisada da escala, incluindo-se novos itens com parâmetros mais elevados de dificuldade. Análises fatoriais exploratórias e confirmatórias indicaram uma estrutura unifatorial também para o instrumento revisado. Ainda, encontraram-se relações, conforme esperado teoricamente, entre satisfação com o relacionamento e outras variáveis. Verificaram-se correlações positivas com outra medida de satisfação com o relacionamento e com amor romântico. Ambas as versões do instrumento apresentam satisfatórias evidências de validade e adequados índices de precisão, contudo, a versão revisada mostrou-se mais informativa, cobrindo uma maior porção do traço latente, comparada à versão original.

Biografia do Autor

Amanda Londero-Santos, PUC-Rio

Amanda Londero-Santos, amandalondero@me.com. Amanda Londero-Santos é psicóloga e mestre pela Università degli Studi di Padova (Itália). Atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC-Rio.

Jean Carlos Natividade, PUC-Rio

Jean Carlos Natividade é professor do Departamento de Psicologia da PUC-Rio.

Terezinha Féres-Carneiro, PUC-Rio

Terezinha Féres-Carneiro é psicóloga (PUC-Rio), mestre (PUC-Rio), doutora em Psicologia Clínica (PUC-SP) e pós-doutorado em Psicoterapia de Casal e Família (Universidade Paris Descartes). Atualmente é professora titular da PUC-Rio.

Referências

Baiocco, R., Santamaria, F., Ioverno, S., Fontanesi, L., Baumgartner, E., Laghi, F., & Lingiardi, V. (2015). Lesbian mother families and gay father families in Italy: Family functioning, dyadic satisfaction, and child well-being. Sexuality Research & Social Policy: A Journal of the NSRC, 12(3), 202-212. doi: 10.1007/s13178-015-0185-x

Baker, F. B. (2001). The basics of Item Response Theory [Second edition]. Clearinghouse on Assessment and Evaluation.

Baker, L. R., McNulty, J. K., VanderDrift, L. E (2017). Expectations for future relationship satisfaction: unique sources and critical implications for commitment. Journal of Experimental Psychology: General, 146(5), 700-721. doi: 10.1037/xge0000299

Baker, Z. G., Petit, W. E., & Brown, C. M. (2016). An investigation of the rusbult investment model of commitment in relationships with pets. Anthrozoös, 29(2), 193-204. doi: 10.1080/08927936.2015.1092732

Briñol, P., Petty, R., & Guyer, J. (2019). A historical view on attitudes and persuasion. In P. Hegarty, C. Logan, W. Long, P. Pettikainen, & W. Ricken (Eds.), Oxford Encyclopedia of the history of psychology (pp.1–34). New York, NY: Oxford University Press.

Cassepp-Borges, V., & Pasquali, L. (2011). Características psicométricas da relationship assessment scale. Psico-USF, 16(3), 255-264. doi: 10.1590/ S1413-82712011000300002

Choice, P., & Lamke, L. K. (1999). Stay/leave decision-making process in abusive dating relationships. Personal Relationships, 6, 351-367. doi: 10.1111/j.1475-6811.1999.tb00197.x

De Andrade, A. L., & Garcia, A. (2012). Desenvolvimento de uma medida multidimensional para avaliação de qualidade em relacionamentos românticos-Aquarela-R. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25(4), 634-643. doi: 10.1590/S0102-79722012000400002

De Andrade, A. L., Oliveira, M. Z. & Hatfiel, E. (2017). Conflito trabalho-família: um estudo com brasileiros e norte-americanos. Revista Psioclogia Organizações e Trabalho, 17(2), 106-113. doi: 10.17652/rpot/2017.2.12738

De Andrade, A. L., Wachelke, J. F. R., & Howat-Rodrigues, A. B. C. (2015). Relationship Satisfaction in Young Adults: Gender and Love Dimensions. Interpersona, 9(1), 19-31. doi: 10.5964/ijpr.v9i1.157

Dela Coleta, M. F. (1989). A medida da satisfação conjugal: adaptação de uma escala. Psico, 18(2), 90-112.

Duffy, S. M., & Rusbult, C. E. (1986). Satisfaction and commitment in homosexual and heterosexual relationships. Journal of Homosexuality, 12(2), 1-23. doi: 10.1300/J082v12n02_01

Eickholt, M. S., & Goodboy, A. K. (2017). Investment model predictions of workplace ostracism on K–12 teachers’ commitment to their schools and the profession of teaching. Journal of Workplace Behavioral Health, 32(2), 139-157. doi: 10.1080/15555240.2017.1332483

França, P. S., Natividade, J. C., & Lopes, F. A. (2016). Evidências de validade da versão brasileira da escala amor do Marriage and Relationships Questionnaire (MARQ). Psico-USF, 21(2), 233-243. doi: 10.1590/1413-82712016210202

Gouveia, V. V., Carvalho, E. A. B., Santos, F. A., & Almeida, M. R. (2013). Escala Tetrangular do Amor: testando sua estrutura e invariância fatorial. Psicologia: Ciência e Profissão, 33(1), 32-45. doi: 10.1590/S1414-98932013000100004

Greenwald, A. G., Banaji, M. R., Rudman, L. A., Farnham, S. D., Nosek, B. A., & Mellott, D. S. (2002). A unified theory of implicit attitudes, stereotypes, self-esteem, and self-concept. Psychological Review, 109(1), 3-25. doi: 10.1037//0033-295X.109.1.3

Greifeneder, R., Bless, H., & Fiedler, K. (2018). Social cognition (2nd Ed.). New York: Routledge.

Hendrick, S. S., Dicke, A., & Hendrick, C. (1998). The relationship assessment scale. Journal of Social and Personal Relationships, 15(1), 137-142. doi: 10.1177/0265407598151009

Hernandez, J. A. E. (2008). Avaliação estrutural da escala de ajustamento diádico, Psicologia em Estudo, 13(3), 593-601. doi: 10.1590/S1413-73722008000300021.

Hernandez, J. A. E., Ribeiro, C. M., Carvalho, A. L. N., Fonseca, R. C. T., Peçanha, R. F., & Falcone, E. M. O. (2017). Revisão da estrutura fatorial da escala de satisfação conjugal. Trends in Psychology, 25(4), 1977-1990. doi: 10.9788/TP2017.4-22Pt

Hollist, C. S., Falceto, O. G., Seibel, B. L., Springer, P. R., Nunes, N. A., Fernandes, C. L. C., & Miller, R. B. (2016). Depressão pós-parto e satisfação conjugal: impacto longitudinal em uma amostra brasileira. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade. 11(38), 1-13. doi: 10.5712/rbmfc11(38)1044

Ingoglia, S. (2013). L’analisi fattoriale confirmative e le sue applicazioni ai problemi della misurazione. In C. Barbaranelli e S. Ingoglia, I modelli di equazioni strutturali: Temi e prospettive (pp.59-110). Milano: LED.

Jackson, J. B., Miller, R. B., Oka, M., & Henry, R. G. (2014). Gender differences in marital satisfaction: A meta‐analysis. Journal of Marriage and Family, 76(1), 105-129. doi: 10.1111/jomf.12077

Kamp Dush, C. M., & Amato, P. R. (2005). Consequences of relationship status and quality for subjective well-being. Journal of Social and Personal Relationships, 22(5), 607-627. doi 10.1177/0265407505056438

Kochar, R. K., & Sharma, D. (2015). Role of love in relationship satisfaction. The International Journal of Indian Psychology, 3(1), 80-107.

Le, B., Dove, N. L., Agnew, C. R., Korn, M. S., Mutso, A. A. (2010). Predicting nonmarital romantic relationship dissolution: A meta-analytic synthesis. Personal Relationships, 17, 377-390. doi: 10.1111/j.1475-6811.2010.01285.x

Londero-Santos, A., Natividade, J. C., & Feres-Carneiro, T. (2018). O que faz seu relacionamento ser bom? Associações entre o discurso e a satisfação com o próprio relacionamento. Pôster apresentado na 48ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, São Leopoldo, RS.

Londero-Santos, A., Pereira Neto, J. C., & Natividade, J. C. (2017). Satisfação conjugal e coping diádico como preditores do bem-estar subjetivo. Pôster apresentado na 47ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, São Paulo, SP.

Lorenzo-Seva, U., Timmerman, M. E., & Kiers, H.A.L. (2011). The Hull method for selecting the number of common factors. Multivariate Behavioral Research, 46, 340-364. doi:10.1080/00273171.2011.564527

Madey, S. F., & Rodgers, L. (2009). The effect of attachment and Sternberg’s triangular theory of love on relationship satisfaction. Individual Differences Research, 7(2), 76-84.

McNulty, J. K., Wenner, C. A., & Fisher, T. D. (2016). Longitudinal associations among relationship satisfaction, sexual satisfaction, and frequency of sex in early marriage. Archives of sexual behavior, 45(1), 85–-97, doi:10,1007/s10508-014-0444-6

Miranda, E. S. (1987). Satisfação conjugal e aspectos relacionados: A influência da comunicação, da semelhança de atitudes e da percepção interpessoal. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 39(3), 96-107.

Pedrabissi, L. & Santinello, M. (1997). I test psicologici. Bologna: Il Mulino.

Proulx, C. M., Helms, H. M., & Buehler, C. (2007). Marital quality and personal well‐being: A meta‐analysis. Journal of Marriage and familyFamily, 69(3), 576-593. doi: 10.1111/j.1741-3737.2007.00393.x

Rusbult, C. E. (1980). Commitment and satisfaction in romantic associations: A test of the investment model. Journal of Experimental Social Psychology, 16(2), 172-186. doi: 10.1016/0022-1031(80)90007-4

Rusbult, C. E., Agnew, C. R., & Arriaga, X. B. (2011). The investment model of commitment processes. Department of Psychological Sciences Faculty Publications, 26, 1–-33.

Rusbult, C. E., Martz, J. M., & Agnew, C. R. (1998). The investment model scale: Measuring commitment level, satisfaction level, quality of alternatives, and investment size. Personal Relationships, 5(4), 357-387. doi: 10.1111/j.1475-6811.1998.tb00177.x

Samejima, F. (1969). Estimation of Latent Ability Using a Response Pattern of Graded Scores Psychometric Monograph No. 17. Richmond, VA: Psychometric Society.

Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2011). Ajustamento diádico e satisfação conjugal: Correlações entre os domínios de duas escalas de avaliação da conjugalidade. Psicologia: Reflexão e Crítica, 24(3), 439-447. doi: 10.1590/S0102-79722011000300007.

Shackelford, T. K., & Buss, D. M. (1997). Marital satisfaction in evolutionary psychological perspective. In R. J. Stenberg & M. Hojjat (Eds.), Satisfaction in close relationships (p.p. 7-25). New York: Guilford.

Sternberg, R.J. (1997). Construct validation of a triangular love scale. European Journal of Social Psychology, 27, 313-335. doi: 10.1002/(SICI)1099-0992(199705)27:3<313::AID-EJSP824>3.0.CO;2-4

Suntornkanit, N., & Varma, P. (2018). Influence of gender role attitude, quality of alternatives, investment size, and commitment on marital satisfaction between Thai women who married Thai men and Thai women who married foreign men. Scholar: Human Sciences, 9(2), 106-119.

Tan, K., Arriaga, X. B., & Agnew, C. R. (2018). Running on empty: Measuring psychological dependence in close relationships lacking satisfaction. Journal of Social and Personal Relationships, 35(7), 977-998. doi: 10.1177/0265407517702010

Tran, P., Judge, M., & Kashima, Y. (2019). Commitment in relationships: An updated meta‐analysis of the Investment Model. Personal Relationships, 26(1), 158-180. doi: 10.1111/pere.12268

Ubando, M. (2016). Gender Differences in Intimacy, Emotional Expressivity, and Relationship Satisfaction. Pepperdine Journal of Communication Research, 4(13), 18-29.

Ullman, J. B. (2013). Structural equation modeling. In B. G. Tabachnick & L. S. Fidell, Using multivariate statistics (sixth edition, pp. 681 - 785). New York: Pearson.

Vecchione, M., Natali, E. M. & Fida., R. (2013). L’analise di variabili categoriali e non normali. In: C. Barbaranelli & S Ingoglia, I modelli di equazioni strutturali (pp. 265-294). Milano: LED.

Wachelke, J. F. R., Andrade, A. L. D., Cruz, R. M., Faggiani, R. B., & Natividade, J. C. (2004). Medida da satisfação em relacionamento de casal. PsicoUSF, 9(1), 11-18. doi: 10.1590/S1413-82712004000100003

Weiser, D. A., & Weiser, D. J. (2016). Self-efficacy in romantic relationships: direct and indirect effects on relationship maintenance and satisfaction. Personality and Individual Differences, 89, 152-156. doi: 10.1016/j.paid.2015.10.013

Winking, J., Eastwick, P. W., Smith, L. K., & Koster, J. (2018). Applicability of the Investment Model Scale in a natural‐fertility population. Personal Relationships, 25(4), 497-516. doi: doi.org/10.1111/pere.12257

Yela, C. (2006). The evaluation of love: simplified version of the scales for Yela’s tetrangular model based on Sternberg’s model. European Journal of Psychological Assessment, 22(1), 21-27. doi: 10.1027/1015-5759.22.1.21

Publicado

2022-12-19

Como Citar

Londero-Santos, A., Natividade, J. C., & Féres-Carneiro, T. (2022). Uma medida de satisfação com o relacionamento amoroso. Avaliação Psicológica, 20(1). Recuperado de https://submission-pepsic.scielo.br/index.php/avp/article/view/18901

Edição

Seção

Relato de Pesquisa

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.